quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Não, simplesmente porque não...


Não vou entrar em discursos demagogos nem vou explicar as várias e importantes razões que me levam a votar NÃO, no dia 11 de Fevereiro. Não o vou fazer porque não vos deve interessar e porque a mim não me interessa a vossa opinião.

Digo NÃO e voto assim, porque sim, simplesmente porque acho que é o melhor e ninguem tem nada com isso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Querida Marta
Pois a mim interessa-me a tua opinião! Interessa-me porque sei que é pensada e não vê as coisas pela superficialidade.
Votar NÃO no próximo referendo não é despenalizar a mulheres que praticam este crime, como a pergunta, cinicamente, faz pensar.
Não.
Votar NÃO neste referendo é muito mais do que isso.
É permitir que se aprove uma lei do Partido que tem maioria absoluta na nossa Assembleia da República, tornando este país menos democrático. E essa lei fala não da despenalização, mas da liberalização do ABORTO.
Essa lei, continuará a penalizar as mulheres que façam abortos clandestinos, mas, mais grave, essa lei, permitirá, sem qualquer problema, que uma mulher seja forçada a abortar, despenalizando todos os que a obrigam a cometer esta atrocidade sobre si própria e sobre o seu filho.
Esta lei, desvirtualiza e descredibiliza as relações sexuais, ao assumir que a mulher, coitadinha, não sabia os riscos que corria... Esta lei, diz (ou, segundo o que acredito e espero que venha a acontecer, diria!!) que a mulher é uma tonta e uma pobre coitada.
Insulta-me e eu não gosto.
E o bebé?? Não deve o estado ter um papel moralizador e moralizante sobre as condutas da sociedade, defendendo sempre e preferencialmente os mais fracos e desprotegidos??
Quem é que defende o bebé?? Se não é a própria mãe (e escrevo neste caso com minuscula, propositadamente, ao menos que seja o estado...
E o Pai? Não é tido nem achado?? Não percebo como não há ainda uma revolta masculina, pois esta lei, vem roubar-lhes o direito a exercerem a sua paternidade em liberdade... o Pai é sempre chamado a participar na vida do seu filho, (n sendo já permitida a existência de filhos de pai incógnito) excepto quando se trata de o matar.. aí, só a mãe é que tem voto na matéria... o que é isto senão hipocrisia?
Há ainda a questão da exposição pública das mulheres que têm sido julgadas pela prática do crime de aborto... Pergunto a essas mulheres quem é que as expôs... Não foram por acaso os que querem que estes julgamentos acabem??
E as penas destas mulheres?? Não há actualmente nenhuma mulher presa pela prática deste crime... estão presos, isso sim, os que lucraram com estas atrocidades e quem, de algum modo, coagiu estas mulheres para isso! Elas, têm como penas, o acompanhamento psicológico obrigatório. Acham mal??

Mamã ladybug disse...

Minha tão querida Isabel, bem sabes a minha posição.
Sou mãe de duas meninas uma na Terra e outra junto do meu e teu Deus, por isso sei o que é perder um filho desejado. Talvez por essa razão não entendo como uma mulher que tem a maior graça que Deus lhe concede (ser mãe) decide por razões económicas, familiares ou simplesmente porque sim, terminar com essa vida que se está a gerar dentro de si.
Para mim a lei que existe está correcta pois acautela situações extremas,o que não está bem é a penalização.
Para quem não entende de direito é possível haver crime sem pena, e essa deveria ser a pergunta. A essa eu diria que sim.
Para mais esta lei vai criar uma diferença nas mulheres que abortem às 10 semanas e naquelas que por uma qualquer razão se enganem e deixem passar uns dias - essas será incriminadas e julgadas. Enervo-me também quando excluem o Pai, pois a gravidez é resultado de dois e não vejo o apoio ao Sim, falar nisso. O meu marido certamente gostaria de poder rebater este ponto, diz o P. que se alguma vez eu tivesse a ideia estúpida de pensar em abortar ele jamais me deixaria, afirma que se eu não quiser essa criança só tenho que a parir, pois ele cria-a.
Mais haverá para argumentar mas na verdade esta é uma escolha interior de cada um de nós, que deve ser sensata e adulta. Apenas termino falando daquilo que deveria ser o mais importante que poucos se recordam - no feto.
Uma vida a decorrer dentro de nós, que não pede para ser concebido, que espera de nós carinho, colo, alimento e amor recebe em troca a indiferença e o desprezo.
Para mim votar Não significa que quero vida, muita vida...pois uma criança nunca é um impecilho, é sempre uma fonte de riquezas, de mimos.